Escrita de Canções – Parte 4

de Tom Hess



The Secret To Adding Fire &
Emotion To Any Guitar Lick
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Na Parte 4, veremos alguns conceitos de composição mais avançados (mas às vezes bastante simples), com foco em áreas que frequentemente são menosprezadas.

Mais sobre Dinâmica…

Como podem súbitas mudanças dinâmicas afetar a tua música de uma forma positiva? Ao contrário do que a maioria de nós gostaria de acreditar, as pessoas quase nunca ouvem música profundamente. Pensa nisso, quando foi a última vez que tu, músico (ou pelo menos aspirante a músico), sentaste-te numa cadeira e ouviste 30 minutos de música não fazendo e pensando em nada mais? Ouvir música enquanto diriges o teu carro não conta. Ouvir música durante a limpeza de uma sala ou fazendo qualquer outra atividade não conta. Quero dizer, sentado, imóvel, numa cadeira, desligado do resto do mundo, exclusivamente focado em ouvir e SEM PENSAR em MAIS NADA durante 30 minutos. A grande maioria das pessoas nunca fez isso nem sequer uma vez na vida! Se tu (músico e compositor), nunca fizeste isto, sabes que quase toda gente que queres que ouça a tua música nunca vai fazê-lo quando ouvir as tuas canções. Mesmo que peças ao teu melhor amigo, ou a um familiar para ouvir a tua mais recente canção, fazendo-os prometer que se concentrarão apenas na música, a maioria não o conseguirá fazer sem deixar a sua mente vaguear pelo menos um pouco. No inicio eles estão focados, em seguida, ouvem algo que lhes lembra alguma outra coisa, ou então eles podem começar a pensar em ti, no que tu és, nas tuas habilidades, e mais tarde podem pensar em como vão responder quando lhes pedires a sua opinião, passando os últimos 2 minutos tentando formular uma resposta positiva, etc. Isso se tiveres sorte, porque a maioria das pessoas fica muito distraída e sua mente vagueia facilmente para outras coisas, apesar de não ser intencional não o conseguem evitar. - Esta é a natureza humana, e com certeza uma coisa muito comum nos Estados Unidos…

Que pensamento triste! Nós, compositores e músicos investimos anos a escrever músicas que nos são importantes, enquanto a maioria dos ouvintes não se concentram nas músicas por mais que um par de minutos. Então, o que significa isso para nós, compositores? O que podemos fazer sobre isso? Qual achas ser o elemento musical capaz de prender a atenção dos ouvintes por mais tempo? O que é que pode mantê-los focados na música e não em outras coisas? Todos os elementos musicais podem contribuir para manter a atenção do ouvinte até certo ponto, mas um elemento em especial, quando bem usado, é extremamente eficaz... Dinâmicas.

Pensa sobre quando estás em casa sentado vendo televisão. Quando começam os comerciais, o que é que a maioria das pessoas faz? Ignoram-nos, pensam noutras coisas, levantam-se para ir à cozinha comer alguma coisa, vão ao W.C., etc. Agora imagina que foste à cozinha quando os comerciais começaram. O que aconteceria se um comercial de 60 segundos começasse a dar, mas que fosse totalmente silencioso durante os 60 segundos? Após alguns segundos, ias notar que no fundo não havia nenhum som vindo da TV. Ignoravas esta mudança drástica de dinâmica? NÂO. Na verdade, é quase impossível ignorá-la. A mudança de dinâmica é tão notável que vai incomodar as pessoas ao ponto de quererem descobrir o que aconteceu. Perguntas como: "O que aconteceu com a minha TV? Avariou? Será que alguém a desligou? A estação de televisão está tendo problemas técnicos? " Vais voltar à sala de estar e olhar para o ecrã do televisor para ver o que está acontecendo. Então, vês que a TV está trabalhando e que alguém te está sussurrando baixinho a mensagem comercial. Neste ponto, vais-te embora e voltas à cozinha? Provavelmente, não. A maioria das pessoas vai ficar e prestar muita atenção ao restante do comercial. Nós, intencionalmente ignoramos a maioria do que vemos e ouvimos (esta é a maneira do nosso cérebro de filtrar estímulos desnecessários), para podermo-nos concentrar apenas nas coisas que percebemos como importantes ou relevantes e isso impede-nos de ter uma sobrecarga de informações. Tenta isto: A próxima vez que estiveres falando com alguém e sentires que a pessoa não te está ouvindo porque estão pensando noutras coisas, para de falar. O silêncio vai obter a sua atenção imediatamente, irá parar de pensar noutras coisas e dar-te toda a atenção!... interessante ... Agora toca a tua guitarra para um amigo e assim que sentires que ele pode estar perdendo a atenção, para de tocar. Eles vão, instantaneamente, recuperar o foco na tua música… MAGIA!!!!

O equivalente em composição musical é inserir um silêncio (descansos) na música. Claro que a maneira mais eficiente de usar o silêncio nas tuas canções varia de situação para situação. Muitas vezes uma medida de 2/4 de silêncio antes de uma importante secção da canção vai funcionar muito bem.

Duas coisas importantes a não esquecer:

  1. Não uses o silêncio excessivamente. Tem cuidado para não usares silêncios em todas as tuas músicas, ou em várias partes de uma música – fazê-lo vai diminuir o seu efeito.
  2. Não forces o silêncio numa canção se este não tiver uma coesão natural com a música – fazê-lo fará com que a canção soe forçada, estranha e não natural (claro que se estás à procura de um som estranho e não natural, experimenta).

Além da utilização de silêncio, as alterações dinâmicas também podem criar um efeito similar no ouvinte. Usar níveis dinâmicos contrastantes (mais suaves e mais altos em volume), podem manter a música interessante e reconquistar a atenção do ouvinte. Na verdade, muitos ouvintes antecipam estas mudanças (e silêncios) quando ouvem a música novamente. Transições dinâmicas como crescendos (tornando-se gradualmente mais alto) e decrescendos (tornando-se gradualmente mais suave), indicam algum tipo de transição na música, como regra geral, as transições, ajudam o ouvinte a, conscientemente, trazerem o seu foco de atenção de volta à música.

A maioria das pessoas (compositores e ouvintes) não estão conscientemente atentos para estes conceitos de atenção e os elementos musicais que os influenciam... Mas agora tu estás.

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