de Tom Hess
"O que é preciso para tornar-se num músico e guitarrista profissional?" A resposta permanece um enorme mistério para a vasta maioria dos músicos. A sabedoria convencional/tradicional oferece três declarações separadas que, supostamente, são respostas ou explicações à pergunta. Eu escolho chamá-los pelo que eles são:...MITOS! Aqui estão eles, começando pelo mito mais comum:
MITO número 1: Se todos os músicos soubessem fazer isto [tornarem-se músicos profissionais], então toda a gente o estaria fazendo.
MITO número 2: Os músicos têm que ter sorte, serem descobertos e, para isto, precisam estar no lugar certo, no momento certo.
MITO número 3: Os músicos têm que ser talentoso e ter contactos-chave de pessoas importantes nesta área na indústria da música.
Estar no lugar certo no momento certo é muito, muito fácil de fazer. Alguma vez ouviste falar de mostruários da indústria da música? Ou mostruários de discográficas? Ou MobFest? Estes são eventos (e há muitos destes ao redor do mundo) onde tu (SIM TU) poderias ir (por um preço normalmente muito baixo) e levar as tuas canções, CDs, etc., e os dares a produtores de música, publicistas, discográficas, pessoas de A&R, etc.
Mas antes que fiques muito excitado sobre estas oportunidades, precisas saber que só uma percentagem muito minúscula dos músicos que assistem a estes eventos obtém de lá alguma coisa. Porquê? Como pode ser? Certamente há muitas pessoas talentosas que, estando lá, estão no lugar certo e no momento certo. Sendo assim, porque é que tão poucos saem de lá com algo significativo, depois de se reunirem com pessoas fundamentais da indústria da música? Pensa na resposta antes de leres mais…
A tua resposta era algo assim? “Talvez as companhias discográficas e produtores de música só estivessem procurando 2 guitarristas ou bandas. Assim, se 100 músicos assistirem ao evento, 98% desses músicos irão para casa sem nada.” Isto parece fazer sentido, mas será que realmente é assim????? Não, não é!
Muitas vezes, são as pessoas da indústria da música que vão para casa sem nada. Eles conhecem todos os músicos e, frequentemente, escolhem não trabalhar com qualquer um deles. Também é muito importante saber que a indústria da música está faminta de novos talentos com grandes músicas. Muitos dos músicos que assistem a estes eventos são muito talentosos e têm música excelente e comerciável. Assim, parece que tudo se encaixa e que poderiam ser feitos negócios. Mas isto, geralmente, não funciona assim; não é tão simples. As companhias da indústria da música não vão investir centenas de milhares de dólares na carreira musical de um artista / banda, a menos que estas companhias estejam TOTALMENTE CERTAS de que vão ganhar muito dinheiro (e que não perdem o seu enorme investimento de dinheiro e tempo). Então, é agora que a verdade vem ao de cima. E a verdade é isto: investir grandes somas de dinheiro em seres humanos é extremamente arriscado. Quando as companhias de música trabalharem contigo, eles estão investindo em TI, e não só na tua música. Eles precisam estar convencidos de que um investimento em TI vai trazer-lhes toneladas de dinheiro com pouco risco. Sim, os publicistas de música querem canções boas e as companhias de gravação querem música boa e bons músicos, mas eles querem encontrar as pessoas certas. Isto, necessariamente, não significa ter de se ser um músico com nome.
Eu vou dar-te um exemplo muito simplista. Vamos dizer que existe um grande músico com uma grande banda e grandes canções. Além disso, a banda já estabeleceu uma forte base de fãs a nível regional e vendeu uma quantia respeitável de discos (para uma banda sem uma discográfica atrás de si). Agora, vamos dizer que o compositor principal e que o cantor são instáveis, viciados em drogas. De seguida, calça os sapatos do manager, da discográfica, etc. Estarias disposto a investir $450,000 do teu dinheiro numa banda talentosa, com grandes e comerciáveis canções, e com uma base de fãs locais estabelecida, se os músicos principais da banda não tivessem o %&#@ mentalmente em ordem? Eu não o faria, e a maioria das companhias dos dias de hoje também não. No passado, algumas companhias de gravação investiam neste tipo de músico e, mais cedo ou mais tarde, elas normalmente queimavam-se e perdiam muito dinheiro quando as paredes ao redor das bandas desmoronavam. Este foi um exemplo extremo, mas serve para ilustrar como os riscos associados aos músicos (pessoas) podem aniquilar uma oportunidade.
Por muitas razões ficou cada vez mais difícil para as companhias de gravação ganharem dinheiro (vale a pena, para a tua compreensão, ver isto detalhadamente, mas é um enorme tópico para aprofundar aqui e agora). O centro da questão é: ao procurarem músicos com quem trabalhar, as empresas de negócio da música desejam coisas que vão MUITO ALÉM das habilidades musicais do músico, bandas, canções ou gravações. Muitos músicos não compreendem porque é que o seu último CD não atrai os interesses da indústria (até mesmo sendo as canções e as gravações incrivelmente boas).
Produtores de música, publicistas, discográficas e gerentes de carreira musical estão famintos de grandes e talentosas novas bandas, compositores e cantores. E, se todos os 100 músicos tivessem tudo o que é necessário aos olhos da indústria da música, a todos eles teriam sido oferecidas muitas oportunidades.
A falácia é que a competição é muito grande; há músicos a mais por aí que se querem tornar estrelas de rock. A realidade NÃO é que as discográficas tenham “muitos músicos por onde escolher”. A verdade é que são poucos os músicos por aí que têm o pacote total. O pacote total vai muito além da música, muito além da tua banda e além das tuas canções. O segredo do que está em falta para a maioria dos músicos é aquilo que está (ou não está) nas suas mentes. Joana D’ Arc uma vez disse: “Todas as batalhas são ganhas ou perdidas na mente primeiro”. Isto talvez seja mais verdade hoje do que no tempo dela.
MITO número 3: Os músicos têm que ser talentoso e ter contactos-chave na indústria da música de pessoas importantes nesta área.
A minha resposta para isto é basicamente igual à minha resposta para o mito número 2. Simplesmente adiciono-lhe este pensamento sobre contactos: os homens A&R das discográficas, executivos de música, gerentes de carreira musical, produtores e publicistas de música conhecem milhares de músicos (e já conheceram milhares ao longo da sua vida). Não conta para nada só o facto de alguém conhecer alguém, a menos que estejam intactas duas coisas principais:
Levou-me muitos anos para compreender isto, e isto é verdade. É certo que nós poderíamos indicar algumas excepções para o que eu escrevi aqui. Quanto mais atrás no tempo nós olharmos, mais excepções iremos descobrir. Mas, agora, a indústria da música é extremamente diferente daquilo que era em 1970, 1980, 1990, e até mesmo nos primeiros 2-4 anos desta década. Evoluiu depressa e a natureza de como o jogo é jogado mudou dramaticamente. Como músico, precisas entender a mais fundamental mudança que aconteceu na indústria e isto é:
Isto é a principal razão pela qual, no meu Programa De Monitorização De Carreiras Musicais (Music Careers Mentoring Program), a minha primeira prioridade é mudar a mente dos meus músicos de forma a ajudá-los a se tornarem a “pessoa certa”. Então (e só então) nós começamos a trabalhar em desenvolver as habilidades adicionais e ferramentas para fazer avançar o futuro (ou presente) do músico numa carreira musical.
Então, …o meu conselho para ti (para aqueles que procuram uma carreira musical) é:
Find out how to earn a living as a professional musician.